Mulher separando lotes de minerais-gemas.
Foto: Andrew Lucas.
Fonte: GIA.EDU
Ali Pastorini

Quando uma jovem mulher procura uma carreira, a indústria joalheira parece um meio natural. Já que a maioria das joias é usada por mulheres, com certeza o meu gênero deveria ter uma compreensão mais intuitiva do que o consumidor gosta e o que o mercado quer, não é?

Mas o que parece ser de senso comum nem sempre é o que ocorre na realidade. Eu voltei para casa depois de alguns dias na JCK Show em Las Vegas e lá eu participei de uma série de discussões de alto nível sobre temas de suma importância para o nosso negócio. Na maior parte, os membros dos respectivos paineis foram homens de meia idade.

Susan M. Jacques, presidente e CEO
do Instituto Gemológico da América (GIA).
Fonte: GIA
Certamente houve exceções notáveis na nossa indústria - mulheres fortes, influentes e inteligentes que já ocuparam cargos de liderança, e que têm servido com modelos para pessoas como eu. São elas: Susan M. Jacques, presidente e CEO do Instituto Gemológico da América; Cecilia Gardner, presidente e CEO da Jewelers Vigilance Committee; Dione Kenyon, presidente do Board of Trade Jewelers; e Ruth Batson, CEO da American Gem Society e AGS Laboratories. Essa é a boa notícia. A notícia não tão boa é que dessas, três ou quatro estarão se aposentando ao longo dos próximos 12 meses.

Ainda é uma lista incompleta, pois há outros excelentes modelos, tais como: Varda Shine, ex-CEO da Diamond Trading Company. Mas não podemos escapar do fato de que ainda hoje em um negócio onde o consumidor final é predominantemente feminino, os tomadores de decisão são principalmente do sexo masculino. Pouco deles usam ou já usaram os produtos para os quais são responsáveis.

A natureza paterna da nossa indústria provavelmente tem a ver com o fato de que estamos lidando com um item de alto valor. Dada a diferença salarial infeliz entre homens e mulheres, ainda hoje menos de 50% das mulheres realmente compram suas próprias joias (as de alto valor) para si mesmo. Esta tendência em setores com preços mais elevados não é específico para a indústria joalheira. Por exemplo, as pesquisas têm mostrado que as concessionárias de automóveis muitas vezes não condiz com clientes mulheres. Os homens são consideravelmente mais propensos a obter o melhor negócio.

Larissa Tononi analisando um diamante.
Foto: Jaqueline Carolino.
Mas os tempos estão mudando, enquanto as consideráveis disparidades salariais permanecem, mais mulheres estão se juntando à profissões que antes eram consideradas predominantemente do sexo masculino. Hoje, em muitos países ocidentais a maioria dos estudantes das escolas de medicina e direito é do sexo feminino, embora os chefes departamentos hospitalares e a maioria de parceiros advogados são do sexo masculino. Mas o tempo e a demografia vai mudar isso.

O mesmo eu acredito que acontecerá na indústria joalheira. Sou proprietária de uma empresa de joias onde tenho uma parceira também mulher, Dione Lima. As joias que produzimos são para mulheres, embora eu também encorajaria os homens a comprar nossos produtos para seus familiares, mas gostaria de acreditar que estamos produzindo bens para que as próprias mulheres possam escolher para si.

Também sou uma funcionária do World Jewelry Hub, em Panamá, onde desde o início a maioria dos cargos executivos são ocupados por mulheres. Esta não foi uma decisão estratégica, mas em que os indivíduos envolvidos foram considerados mais capazes e mais qualificados para realizar o trabalho. Este também foi o caso de várias mulheres em que mencionei como modelos em nossa indústria.

Em última análise, as mulheres não devem ser nomeadas para qualquer posição simplesmente por causa de seu sexo, mas pelo mesmo motivo não devem ser desqualificadas. Dito isso, vamos lembrar que em uma empresa onde o produto final é usado principalmente por mulheres, temos certas ideias que a maioria dos homens nunca poderiam ter.

[...]

Enquanto a sociedade latino-americana é tradicionalmente conservadora a região tem sido surpreendentemente progressiva quando se trata de mulheres em posições de liderança nacional. Em 2012, haviam cinco mulheres democraticamente eleitas em posições de liderança de governo (...)

Gostaríamos que a América Latina definisse a tendência para a indústria joalheira também. E estamos começando a fazer isso no Panamá.

Traduzido de: PASTORINI, Ali. Wanted: More women for a industry that sells mainly to women. Disponível em: https://www.gemkonnect.com/blog/wanted-more-women-industry-sells-mainly-women





Procura-se: mais mulheres para uma indústria que vende principalmente para mulheres

Mulher separando lotes de minerais-gemas.
Foto: Andrew Lucas.
Fonte: GIA.EDU
Ali Pastorini

Quando uma jovem mulher procura uma carreira, a indústria joalheira parece um meio natural. Já que a maioria das joias é usada por mulheres, com certeza o meu gênero deveria ter uma compreensão mais intuitiva do que o consumidor gosta e o que o mercado quer, não é?

Mas o que parece ser de senso comum nem sempre é o que ocorre na realidade. Eu voltei para casa depois de alguns dias na JCK Show em Las Vegas e lá eu participei de uma série de discussões de alto nível sobre temas de suma importância para o nosso negócio. Na maior parte, os membros dos respectivos paineis foram homens de meia idade.

Susan M. Jacques, presidente e CEO
do Instituto Gemológico da América (GIA).
Fonte: GIA
Certamente houve exceções notáveis na nossa indústria - mulheres fortes, influentes e inteligentes que já ocuparam cargos de liderança, e que têm servido com modelos para pessoas como eu. São elas: Susan M. Jacques, presidente e CEO do Instituto Gemológico da América; Cecilia Gardner, presidente e CEO da Jewelers Vigilance Committee; Dione Kenyon, presidente do Board of Trade Jewelers; e Ruth Batson, CEO da American Gem Society e AGS Laboratories. Essa é a boa notícia. A notícia não tão boa é que dessas, três ou quatro estarão se aposentando ao longo dos próximos 12 meses.

Ainda é uma lista incompleta, pois há outros excelentes modelos, tais como: Varda Shine, ex-CEO da Diamond Trading Company. Mas não podemos escapar do fato de que ainda hoje em um negócio onde o consumidor final é predominantemente feminino, os tomadores de decisão são principalmente do sexo masculino. Pouco deles usam ou já usaram os produtos para os quais são responsáveis.

A natureza paterna da nossa indústria provavelmente tem a ver com o fato de que estamos lidando com um item de alto valor. Dada a diferença salarial infeliz entre homens e mulheres, ainda hoje menos de 50% das mulheres realmente compram suas próprias joias (as de alto valor) para si mesmo. Esta tendência em setores com preços mais elevados não é específico para a indústria joalheira. Por exemplo, as pesquisas têm mostrado que as concessionárias de automóveis muitas vezes não condiz com clientes mulheres. Os homens são consideravelmente mais propensos a obter o melhor negócio.

Larissa Tononi analisando um diamante.
Foto: Jaqueline Carolino.
Mas os tempos estão mudando, enquanto as consideráveis disparidades salariais permanecem, mais mulheres estão se juntando à profissões que antes eram consideradas predominantemente do sexo masculino. Hoje, em muitos países ocidentais a maioria dos estudantes das escolas de medicina e direito é do sexo feminino, embora os chefes departamentos hospitalares e a maioria de parceiros advogados são do sexo masculino. Mas o tempo e a demografia vai mudar isso.

O mesmo eu acredito que acontecerá na indústria joalheira. Sou proprietária de uma empresa de joias onde tenho uma parceira também mulher, Dione Lima. As joias que produzimos são para mulheres, embora eu também encorajaria os homens a comprar nossos produtos para seus familiares, mas gostaria de acreditar que estamos produzindo bens para que as próprias mulheres possam escolher para si.

Também sou uma funcionária do World Jewelry Hub, em Panamá, onde desde o início a maioria dos cargos executivos são ocupados por mulheres. Esta não foi uma decisão estratégica, mas em que os indivíduos envolvidos foram considerados mais capazes e mais qualificados para realizar o trabalho. Este também foi o caso de várias mulheres em que mencionei como modelos em nossa indústria.

Em última análise, as mulheres não devem ser nomeadas para qualquer posição simplesmente por causa de seu sexo, mas pelo mesmo motivo não devem ser desqualificadas. Dito isso, vamos lembrar que em uma empresa onde o produto final é usado principalmente por mulheres, temos certas ideias que a maioria dos homens nunca poderiam ter.

[...]

Enquanto a sociedade latino-americana é tradicionalmente conservadora a região tem sido surpreendentemente progressiva quando se trata de mulheres em posições de liderança nacional. Em 2012, haviam cinco mulheres democraticamente eleitas em posições de liderança de governo (...)

Gostaríamos que a América Latina definisse a tendência para a indústria joalheira também. E estamos começando a fazer isso no Panamá.

Traduzido de: PASTORINI, Ali. Wanted: More women for a industry that sells mainly to women. Disponível em: https://www.gemkonnect.com/blog/wanted-more-women-industry-sells-mainly-women





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